Preservar e democratizar o acesso aos acervos de
museus, bibliotecas e arquivos do Brasil é o que prevê o acordo de cooperação
firmado entre o Instituto Brasileiro de Museus (ibram), a Fundação Biblioteca
Nacional (FBN) e o Arquivo Nacional. As três instituições se reuniram na última
quinta-feira para somar forças.
O presidente do ibram, José do Nascimento
Junior, explicou que o objetivo é integrar esses três grandes sistemas de
acervos brasileiros, tendo as três instituições como coordenadoras. “São 105
mil instituições que estão sob o guarda-chuva dessas três grandes instituições.
Pretende-se que a gente possa estabelecer ações comuns, estratégias no sentido
de preservação desse patrimônio que está sob essas instituições todas, para que
a gente possa potencializar tanto a preservação quanto a difusão, ou seja, pôr
à disposição da população, dos pesquisadores em geral”.
A diretora do Centro de Referência e Difusão da
Biblioteca Nacional, Mônica Rizzo, diz que o Projeto Biblioteca Nacional
Digital, com mais de cinco anos de existência, é pioneiro no Brasil na digitalização
de acervos.
“As três instituições que aqui estão abrindo os
trabalhos desse acordo, cada uma trará a sua expertise na sua área de
concentração. No caso a Biblioteca Nacional trará a sua contribuição como
agência bibliográfica nacional, como a instituição responsável pela
padronização de processos dentro da biblioteconomia no Brasil, para agregar
valor a esse conjunto e para que nós possamos, daqui para frente, difundir de
forma integrada todo esse conhecimento que essas instituições que aqui estão detém”.
Segundo Mônica, o que se pretende é a
democratização do acervo, com uso pleno da internet. Nos últimos dois anos, a
FBN digitalizou 10 milhões de imagens de livros brasileiros que estão em
domínio público. Para os próximos dez anos, a meta é pôr todo o acervo na rede
para consulta pública, com prioridade para as obras raras.
O diretor-geral do Arquivo Nacional, Jaime Antunes
da Silva, diz que o acordo surgiu da necessidade de aprimorar a cooperação
interinstitucional que já existia. O documento foi assinado em dezembro de
2011, mas a primeira reunião só ocorreu hoje.
“Hoje é o delineamento do plano de trabalho; vai
ser desenvolvido um plano plurianual de atividades, o que pode ser resolvido
com orçamentos próprios vai ter prioridade e o que será necessário - a busca de
patrocínio ou financiamento - fica para etapas posteriores. Se nós fizermos uma
análise mais detida, nós vamos ver que a gente tem muito mais pontos de
convergência do que de divergência para preservação do patrimônio. Então é importante
essa ação conjunta porque ganham as instituições, ganha a cultura e ganha o
cidadão, porque ele vai ter facilitado o acesso”.
De acordo com Antunes, atualmente o Arquivo
Nacional está priorizando a digitalização dos acervos do período do regime militar,
para atender às demandas da Comissão Nacional da Verdade.
O grupo de trabalho do acordo de cooperação entre
Ibram, FBN e Arquivo Nacional tem prazo de funcionamento de dois anos,
prorrogável por mais dois, mas o objetivo é construir um plano de trabalho para
até 15 anos. Um dos objetivos é cumprir a meta do Plano Nacional de Cultura, de
modernizar 50% das bibliotecas públicas e museus até 2020. (Agência Brasil)
Fonte DIÁRIO DE CUIABÁ
Nenhum comentário:
Postar um comentário