sábado, 24 de maio de 2014

Evento literário propõe criação de biblioteca em parque de Porto Alegre

De acordo com idealizador, Parque Marinha prevê espaço cultural. FestiPoa Literária ocorre na capital gaúcha até domingo (25).

Além de livros e discussões sobre literatura, uma provocação foi lançada durante o FestiPoa Literária, evento que ocorre em Porto Alegre até o domingo (25). A organização do festival apresentou um projeto para a criação de uma biblioteca pública na Orla do Guaíba, adjacente ao Parque Marinha do Brasil, na Zona Sul. O local se enquadraria dentro das Diretrizes Urbanísticas para a Orla do Guaíba, documento lançado em 2003 pela prefeitura, que prevê a revitalização da área.

O "Experimento para uma biblioteca pública em Porto Alegre", criado em colaboração com o Octo coletivo e Arquitetura Empática, propõe uma reflexão para possíveis planos de criação de um prédio contemporâneo. Inspirada nos cafés literários localizados em parques do Chile e nas bibliotecas-parque de Bogotá e do Rio de Janeiro, o conceito sugerido trata a biblioteca como um espaço multifuncional, com acervo acessível, que permite a integração da linguagem escrita a espaços de lazer e cultura.

“A proposta é reivindicar, discutir e pensar sobre uma biblioteca pública para a cidade, que possibilite acesso à população. O projeto urbanístico do Parque Marinha e o FestiPoa promovem a deflagração de uma campanha, para que se pense em um local que tenha um horário acessível, que seja em um espaço público de grande circulação”, explicou ao G1 o idealizador e produtor do FestiPoa Fernando Ramos.

Conforme o plano urbanístico da área, o Parque Marinha do Brasil poderia receber a construção de um píer às margens do Guaíba com um espaço de lazer e cultural. No experimento do FestiPoa, os idealizadores da ação sugerem a abertura de um canal de comunicação para organizar um laboratório colaborativo de ideias, sugestões e participação onde a proposta da biblioteca possa ser discutida e, futuramente, viabilizada.

As áreas da orla que integram o recorte do plano urbanístico incluem desde a Usina do Gasômetro, no Centro, até o fim da Avenida Diário de Notícias, na Zonal Sul. São oito áreas de aterro. A proposta de Ramos é que a iniciativa da obra possa partir tanto de empresas privadas, quanto do setor público.

“Se sabe que um estado tem a responsabilidade de atender determinadas necessidades da população, e biblioteca está dentro de uma dessas. Eu vejo que talvez isso seja um pouco esquecido, não estejam colocando como uma das prioridades maiores”, apontou Ramos.

Embora Porto Alegre abrigue a Biblioteca Pública Estadual, o produtor aponta que os perfis dos espaços culturais são diferentes. “É uma biblioteca centenária, que atende um perfil de usuário, tem um outro tipo de acervo. Com certeza é a biblioteca mais importante da cidade”, ressaltou.

O projeto proposto, no entanto, permitiria espaços mistos, de tecnologia e livros. “A tecnologia é um acesso muito importante, mas é uma das maneiras de se estar perto de um acervo cultural, literário, de um tipo de leitura. Uma biblioteca pode possibilitar outras maneiras. É um espaço de encontro e convivência, de troca”, completou Ramos.

O FestiPoa Literária ocorre na capital gaúcha até o domingo. Confira a programação completa aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário