De acordo com idealizador, Parque Marinha prevê espaço cultural. FestiPoa Literária ocorre na capital gaúcha até domingo (25).
Além de livros e discussões sobre literatura, uma
provocação foi lançada durante o FestiPoa Literária, evento que ocorre em Porto Alegre até o domingo (25). A organização do festival
apresentou um projeto para a criação de uma biblioteca pública na Orla do
Guaíba, adjacente ao Parque Marinha do Brasil, na Zona Sul. O local se
enquadraria dentro das Diretrizes Urbanísticas para a Orla do Guaíba, documento
lançado em 2003 pela prefeitura, que prevê a revitalização da área.
O "Experimento para uma biblioteca pública em Porto
Alegre", criado em colaboração com o Octo coletivo e Arquitetura Empática,
propõe uma reflexão para possíveis planos de criação de um prédio
contemporâneo. Inspirada nos cafés literários localizados em parques do Chile e
nas bibliotecas-parque de Bogotá e do Rio de Janeiro, o conceito sugerido trata
a biblioteca como um espaço multifuncional, com acervo acessível, que permite a
integração da linguagem escrita a espaços de lazer e cultura.
“A proposta é reivindicar, discutir e pensar sobre uma
biblioteca pública para a cidade, que possibilite acesso à população. O projeto
urbanístico do Parque Marinha e o FestiPoa promovem a deflagração de uma
campanha, para que se pense em um local que tenha um horário acessível, que
seja em um espaço público de grande circulação”, explicou ao G1 o idealizador e produtor do FestiPoa
Fernando Ramos.
Conforme o plano urbanístico da área, o Parque Marinha
do Brasil poderia receber a construção de um píer às margens do Guaíba com um
espaço de lazer e cultural. No experimento do FestiPoa, os idealizadores da
ação sugerem a abertura de um canal de comunicação para organizar um
laboratório colaborativo de ideias, sugestões e participação onde a proposta da
biblioteca possa ser discutida e, futuramente, viabilizada.
As áreas da orla que integram o recorte do plano
urbanístico incluem desde a Usina do Gasômetro, no Centro, até o fim da Avenida
Diário de Notícias, na Zonal Sul. São oito áreas de aterro. A proposta de Ramos
é que a iniciativa da obra possa partir tanto de empresas privadas, quanto do
setor público.
“Se sabe que um estado tem a responsabilidade de atender
determinadas necessidades da população, e biblioteca está dentro de uma dessas.
Eu vejo que talvez isso seja um pouco esquecido, não estejam colocando como uma
das prioridades maiores”, apontou Ramos.
Embora Porto Alegre abrigue a Biblioteca Pública
Estadual, o produtor aponta que os perfis dos espaços culturais são diferentes.
“É uma biblioteca centenária, que atende um perfil de usuário, tem um outro
tipo de acervo. Com certeza é a biblioteca mais importante da cidade”,
ressaltou.
O projeto proposto, no entanto, permitiria espaços
mistos, de tecnologia e livros. “A tecnologia é um acesso muito importante, mas
é uma das maneiras de se estar perto de um acervo cultural, literário, de um
tipo de leitura. Uma biblioteca pode possibilitar outras maneiras. É um espaço
de encontro e convivência, de troca”, completou Ramos.
O FestiPoa Literária ocorre na capital gaúcha até o
domingo. Confira a programação completa aqui.
Fonte G1 RIO GRANDE DO SUL
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